• quinta-feira, 5 de agosto de 2010

    E o verbo se fez jovem, mas ainda não habitou entre nós

    Compreender a juventude enquanto presença profética de Deus a fim de realizar uma verdadeira revolução nas nossas vivencias comunitárias e até das nossas concepções sobre a presença divina na juventude e na igreja: eis aí um grande desafio àqueles que se dispõe ao ministério da assessoria.
    O jovem deseja ser igreja e a igreja quer ser jovem. São duas realidades díspares que somos vocacionados a aproximar. De que maneira realizá-la? Como ser horizonte, aproximar céu e terra em momentos de tempestades, terremotos, indiferença, alienação?
    Talvez Eduardo Galeano tivesse razão ao tentar definir a utopia como um horizonte... caminhamos dez passos, ela se afasta dez passos, viajamos quilômetros e quilômetros ela se afasta de nós. Quando então vamos nos perceber que justamente a sua função é nos fazer caminhar?
    Pelo caminho, qual marcos de estrada, nossa papel não é ser nem rei nem imperador, nem alto demais e nem largo demais, atrapalhando o caminho. Devemos ser apenas o que nascemos para ser – indicadores do caminho. Na mística de um acompanhamento, carecemos nos atentar de que as perguntas fundamentais não somos nós que fazemos.
    Devemos caminhar como quem acompanhara os discípulos de Emaus. Chegar de mansinho, quase que imperceptível, sempre como uma presença de quem caminha ao lado, nunca acima, abaixo, a frente ou abaixo. Se situar, atentar, escutar e somente depois de ter certo que caminhada estes vem fazendo, fazer as perguntas certas, nos momentos certos, com a paciência histórica que o Cristo nos ensinou a ter, porém sem induzir a conclusões. A autonomia é de quem é acompanhado...
    E, se no final do caminho, os/as jovens não se perceberem na busca do horizonte, cabe-nos ainda uma ultima tentativa: simbolizar nossa ação, partindo o pão e, muitas vezes , sem palavras, deixá-los por si convergir em outro caminho. Voltar e experenciar Jerusalém e, se preciso for, cabe-nos retornar com eles e fazer este enfrentamento. Quando a igreja, povo de Deus, olhar para os/as jovens como sujeitos capazes de fazer uma caminhada de transformação e conversão e reconhecer àqueles/as que são verdadeiros acólitos da juventude, teremos, com certeza, muitos natais e novas vivencias eclesiais habitando entre nós!

    Luiz Fernando Rodrigues
    Cursista do CAJO 21, educador,Administrador, dirigente da APP Sindicato Maringá, integrante da equipe de assessoria da Pastoral da Juventude da Arquidiocese de Maringá-PR
    fonte: http://acolitando.pjmaringa.com/2010/08/e-o-verbo-se-fez-jovem-mas-ainda-nao.html

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