• sexta-feira, 18 de junho de 2010

    Porque nosso patriotismo não é sempre assim?


    Nas ruas é impossível  ver e não gostar do ritmo de copa do mundo, as bandeiras estão nas janelas, carros, roupas, todos mostrando o verde e amarelo de seu patriotismo. Minha pergunta é simples, porque isso acontece somente de 4 em  4 anos?
    Brasil, o país do futebol, diriam muitos. Porém, posso completar; Brasil também é o país da miséria, da corrupção, da lavagem de dinheiro, da violência e por aí vai. Somos patriotas durante a copa, mas  ficamos emburrados no mês de outubro quando precisamos escolher quem irá liderar o tal país do futebol.
    Todos sabem qual o primeiro jogo do Brasil, que horas vão sair do trabalho na terça, mas desconhecem o acordo que o Brasil fez com o Irã, esqueceram em quem votaram nas últimas eleições, não se importam com a destinação de renda dos impostos exorbitantes do país, se o ficha limpa foi votado ou não, mas se importam com a não escalação de Ronaldinho, Ganso, etc.  Abro aqui um mea culpa, pois eu também faço isso!
    Palpitamos nos detalhes técnicos da seleção e criticamos Dunga, dizendo que deveria ser outro o técnico, outro time escalado. Durante o ano reclamamos dos governantes, mas continuamos votando nos mesmos políticos nos próximos anos, já que esquecemos o que fizeram ou não fizeram. Eleições para presidente são de 4 em 4 anos, tal como a copa do mundo, mas o orgulho de ser brasileiro só acontece em junho e julho. Nosso patriotismo ficou limitado entre as linhas dos campos de futebol.
    Não pensem que estou contra o verde e amarelo nas ruas, acho lindo e parabenizo aos que colorem nossa paisagem de concreto. Somente gostaria de ver esse entusiasmo durante outras épocas do ano.
    Durante a copa somos mais livres, o preconceito – aparentemente – diminui, somos todos brasileiros unidos por uma única intenção, ganhar a copa do mundo. Gostaria que esse clima perdurasse para sempre, que o corinthiano e o palmeirense torcessem em uníssono, flamenguista e o vascaíno se abraçassem durante um gol, colorados e gremistas dividissem a mesma mesa de bar na hora do jogo.  Que esquecêssemos desavenças, mágoas, que o amor pelo país fosse superior as nossas diferenças de raça, credo e sexo. Como isto é uma utopia, vamos aproveitar o tempo de folga das nossas couraças impenetráveis e curtir o momento.
    Agora, ainda que na voz irritante do Galvão Bueno, fica a torcida: VAI BRASIL, É HEXA!
     Por Lisa

    Um comentário:

    1. Olha só como é que é.
      Verdadeiramente isso acontece.

      Quem dera que toda essa vibração pelo estado fosse todo o tempo.

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