• quarta-feira, 9 de setembro de 2009

    CARTA - DNJ 2009

    Brasília, 26 de março de 2009. “Se encontrei graça a teus olhos, ó rei, e se te agrada, concede-me a vida, pela qual suplico, e a vida do meu povo, pelo qual te peço” (Est 7, 3). Amados/as jovens, a vida pede nossa atenção! Neste ano completamos 24 DNJs acontecidos. Alegra-nos o testemunho e a persistência das Pastorais da Juventude ao ser voz das multidões silenciadas; ao pautar temáticas na defesa da vida e dos direitos juvenis, confrontando com o modo pelo qual a juventude é considerada pelo estado brasileiro, pela sociedade, pelas famílias, pela Igreja. É hora de avançar! O DNJ já não encontra mais sentido isoladamente. Ele se liga à Campanha da Fraternidade – que acontece durante a quaresma e às atividades permanentes das PJs: Semana da Cidadania – de 14 a 21 de abril e Semana do/a Estudante – 09 a 15 de agosto. O DNJ é parte de um todo maior que busca a dignidade jovem; ele celebra as lutas anuais dos/as jovens organizados; é a mobilização maior, concentrando multidões de jovens que buscam novas relações de vida pautadas na justiça social, no poder popular, na legitimidade da diversidade, no protagonismo juvenil, na educação libertadora, na construção da paz. Portanto, quem se achar no direito de mudar tema, lema e dia do DNJ estará rompendo com um ciclo importante que promove a cidadania jovem e a justiça social. Dirigimo-nos a todos/as com algumas inquietações para fazer crescer nossa consciência e participação neste bonito processo das atividades permanentes. Desde o primeiro DNJ, realizado em 1986 quais realidades dos/as jovens foram transformadas? Em que sentido esta atividade aproxima a igreja da juventude e vice-versa? Para além da grande celebração que acontece, quais são os frutos da preparação? Como os temas propostos pelas Pastorais da Juventude têm repercussão dentro e fora da igreja? Por que o DNJ não é assumido por todas as dioceses como atividade prioritária para convocação de jovens para a vida em grupo/comunidade? São algumas das muitas perguntas que podemos fazer quando nos colocamos em preparação para celebrar 25 anos de uma importante atividade preparada pelos/as jovens das Pastorais para seus grupos e outros grupos juvenis.

    Nossos pastores assim concebem o início da evangelização da juventude: “Conhecer a realidade dos/as jovens é condição prévia para evangelizá-los/as. Não se pode amar nem evangelizar a quem não se conhece” (cf. CNBB, Doc. 85, 10). O momento de preparação para o DNJ é privilegiado para aprofundar a realidade que vivencia nossos/as jovens. De tantas maneiras a vida deles/as vem sendo ameaçada, violentada, exterminada. O que estamos fazendo diante desta realidade? Conhecemos a fundo as condições e situações de vida dos/as jovens brasileiros? Se ainda não conhecemos, este subsídio oferece uma oportunidade única para assumirmos o compromisso com a causa da vida dos/as jovens como caminho de discipulado e missão em Jesus Cristo. A Conferência de Aparecida nos colocou em estado de missão e no Brasil afirmamos a alegria de ser missionário. Nossa alegria será maior quando formos capazes de ir ao encontro daqueles/as que mais exigem nossa atenção. Este subsídio deixa com muita clareza a necessidade urgente e vital de um olhar para os/as jovens em suas situações concretas de vida. Não temos a intenção, com este subsídio, de focar o/a jovem como problema, mesmo porque os meios de comunicação fazem isto muito bem. Aqui, se quer olhar para a ameaça de vida, a discriminação, a violência explícita que atinge os/as jovens nas mais diversas realidades brasileiras. Queremos motivar as comunidades e os grupos para sair em marcha contra a violência que aniquila as potencialidades juvenis e os criminaliza e extermina injustamente. Não dá mais para ficar parados diante de tanta situação de morte à nossa volta. Vamos juntos/as marchar para denunciar profeticamente as pessoas, os sistemas e as instituições que banalizam a vida. Como próprio de nossa natureza cristã, queremos, pois anunciar com toda força a vitalidade da juventude que sonha e busca viver num espaço seguro, real, que lhe dê garantia e perspectiva de realização de seu projeto de vida. Bons momentos na paz que inquieta nosso corpo e nossas relações humanas e tantas vezes tão desumanas! Gratidão às Pastorais da Juventude, Rede Brasileira de Centros e Institutos de Juventude e ao Centro de Capacitação da Juventude – CCJ pela elaboração e revisão desta proposta de vida para nossos grupos. Gratidão aos grupos que darão muita vida e criatividade a este material e à campanha contra o extermínio de jovens. Com votos de uma fé encarnada, esperança realizada e amor – doação! Pe. Gisley Azevedo Gomes, css (In Memorian) Assessor Nacional do Setor Juventude – CNBB

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